PADRE SÁTIRO DANTAS, MESTRE DE TODOS OS TEMPOS, FOI REITOR DA UERN

domingo, 13 de março de 2022

SÁTIRO CAVALCANTI DANTAS

 



Em junho de 2013, ao celebrar 57 anos de capelão da capela de São Vicente, o padre Sátiro Cavalcanti Dantas foi reconhecido por Mossoró como o mestre de todos os tempos; apóstolo do conhecimento e ícone de nossa história. Nenhum exagero. Pelo contrário. O religioso foi muito além ao dedicar a sua vida para formação cidadã de gerações de mossoroenses.

Entender o que representa o padre educador na vida das pessoas é preciso voltar ao tempo e fazer uma viagem por cada ponto que edificou a sua história de sacerdote de grandes virtudes, que confunde com a própria história da Igreja Católica local e da formação educacional e intelectual de várias gerações.

O começo de tudo data em 22 de janeiro de 1930, na cidade de Pau dos Ferros, região do Alto Oeste do Rio Grande do Norte. Há exatos 90 anos. Nascia naquele dia Sátiro Cavalcanti Dantas, filho de João Fernandes Dantas e Erondina Cavalcanti Dantas. O nome, Sátiro, foi em homenagem ao seu avô materno.
De família simples, mas bem estruturada, Sátiro Cavalcanti teve uma infância tranquila, até que um fato triste mudou a sua vida, que foi a morte do pai com apenas 42 anos. Na época, com apenas 11 anos de idade, Sátiro viu a sua mãe Erondina enfrentar dificuldades depois que fechou o comércio deixado pelo marido. Tudo foi à falência em dois anos.

“Fui botador d’água”, recorda, comentando que seus instrumentos de trabalho eram “um burro com ancoretas de barril de vinagre”, onde colocava água nas residências. O dinheiro que ganhava ajudava na renda da família. A luta diária, apesar de árdua, não impediu os estudos no Grupo Escolar Joaquim Correia, na sua terra natal, onde cursou o primário, nem a atividade de coroinha na Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, sob as bênçãos do monsenhor Manoel Caminha.

Foi o monsenhor Caminha e dona Erondina que incentivaram a vida religiosa de Sátiro, e que serviram para ele superar críticas de irmãos e amigos. Aliás, pelo desejo de sua família, era o seu irmão mais velho, José Fernandes Dantas, que seguiria a vida religiosa. Para Sátiro, era reservada a missão de ser doutor. A vida tratou de encaminhá-los de forma diferente. José Dantas (falecido em 5 de janeiro de 2013) teve uma trajetória vitoriosa no mundo jurídico, chegando ao cargo de ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), enquanto Sátiro seguiu o caminho da fé, esperança e caridade.

A sua vocação religiosa foi despertada aos 14 anos de idade. “Quando decidi me tornar sacerdote, somente minha mãe e padre Caminha acreditaram. Minhas professoras diziam que eu era um menino inteligente e queria só os estudos e depois não seguiria”, conta. Ele foi crismado no dia 15 de agosto de 1936, por dom Jaime de Barros Câmara. Depois daí, entendeu que era preciso dar o passo mais importante para a sua vida religiosa.

No dia 9 de fevereiro de 1943, após seguir viagem de trem, desembarcou na cidade de Mossoró, junto com a mãe e os cinco irmãos; e naquele mesmo dia, Sátiro ingressou no Seminário de Santa Teresinha, para continuar a formação de seus estudos, realizando o 1º grau menor. O reitor naquele tempo era padre Huberto Bruening, e o orientador espiritual era padre Miguel Nunes, e em seguida foi padre Gentil Diniz Barreto. Estes foram muito importantes para a formação religiosa do seminarista Sátiro Cavalcante Dantas, e naquele seminário ele concluiu o curso ginasial e científico.

Estava pronto para avançar a sua caminhada. Foi estudar no Seminário em Fortaleza, logo após em Olinda (PE), e mais adiante cursou Filosofia, no Seminário Central Nossa Senhora da Conceição, em São Leopoldo (RS), de 1949 até 1951. Cursou Teologia Dogmática, realizado na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, no período de 1951 a 1954; cursou Licenciatura Plena, realizada na Universidade Católica de Pernambuco, em 1970; cursou Ciências Jurídicas, realizado na Fundação Padre Ibiapina, em Sousa (PB), no período de 1974 a 1977, e ainda se especializou para Docentes do Ensino Superior, área de Sociologia.

Sábio e estudioso, Sátiro Cavalcanti progrediu sua formação intelectual, na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, cursando Teologia Dogmática, até o ano de 1954. Em Roma, ele recebeu a tonsura no dia 26 de outubro de 1952, diaconato em 31 de outubro de 1954, ordenado sacerdote em 8 de dezembro de 1954, por ocasião dos 100 anos do Dogma da Imaculada Conceição, pelo arcebispo de Puebla, México, que reuniu nesta celebração todos os ordenados da América Latina.

Sátiro ainda permaneceu mais um ano em Roma, para concluir os estudos de Teologia, ele foi ordenado um ano anterior por autorização do santo padre, papa Pio XII. Retornou ao Brasil em 1955, voltando à cidade de Mossoró em 28 de novembro daquele mesmo ano. Estava pronto para cumprir a sua missão divina e sagrada, como sacerdote de Deus e educador por natureza.

Os 90 anos do padre Sátiro Cavalcanti Dantas, completados nesta quarta-feira (22), não serão marcados por celebrações festivas, mas, sim, por preces, a pedido do próprio religioso, “das quais tanto preciso agradecendo a Deus, por meio de Nossa Senhora da Conceição, por tudo que realizei até agora para o crescimento do Reino de Deus.”

 FONTE JORNAL DE FATO

SÁTIRO CAVALCANTE DANTAS

 


PRIMEIRA MISSÃO FOI EM SUA TERRA NATAL

Foi na igreja matriz de Nossa Senhora da Conceição, em Pau dos Ferros, berço de sua família e de sua vocação religiosa, que o padre Sátiro Cavalcanti Dantas celebrou a primeira missa. Dia 8 de dezembro de 1955. Foi um momento de grande emoção. Em seguida, ele foi nomeado cooperador da paróquia da cidade de Areia Branca, também Nossa Senhora da Conceição, viajando nos finais de semana para esse município auxiliando o pároco Cônego Ismar Fernandes.
Em 1956, o padre Sátiro recebia a primeira grande missão de educador, ao ser nomeado secretário geral do Colégio Diocesano Santa Luzia de Mossoró, onde também foi professor das disciplinas: História Geral e Moral e Cívica, no período de 1956 a 1973. Sátiro ainda lecionou na Escola Normal de Mossoró, ingressando naquele estabelecimento, em 1o de março de 1956.

O grande momento, marcante em sua vida, aconteceu no dia 1° de janeiro de 1961, quando foi nomeado diretor do Colégio Diocesano Santa Luzia, pelo então bispo dom Gentil Diniz Barreto, onde permaneceu até o dia 9 de junho de 2016, sendo substituído, a seu pedido, pelo padre Charles Lamartine.

Padre Sátiro ampliou seus estudos e conhecimentos com curso Licenciatura Plena, na Universidade Católica de Pernambuco, em 1970; Ciências Jurídicas, Na Fundação Padre Ibiapina, na cidade de Sousa no período de 1974 a 1977; Técnico de Ensino – Didática Superior, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em 1969; Curso de Administração Escolar, em 1970, em Natal; e formou-se em Direito pela Universidade Federal da Paraíba.

Padre Sátiro também se especializou na área de Sociologia, curso de pós-graduação, promovido pelo MEC, DAU, Capes, FURRN, em 1978, além de participar de cursos de aperfeiçoamento, de extensão universitária, ele participava em seminários, congressos e simpósios. É um sacerdote muito sábio, conhecedor das seguintes línguas estrangeiras: Inglês lê e escreve; Italiano, lê e fala; Espanhol, lê, escreve e fala; Francês, lê, escreve e fala; Latim, lê, escreve e fala.

FONTE – JORNAL DE FATO

SÁTIRO CAVALCANTE DANTAS

 


PADRE SÁTIRO, ENTRE O RADIALISTA JOSÉ GERALDO E O JORNALISTA CÉSAR SANTOS,

ANUNCIANDO A ESTADUALIZAÇÃO DA UERN EM 1985

 

A LUTA PELA EDUCAÇÃO - DO COLÉGIO DIOCESANO À ESTADUALIZAÇÃO DA UERN

A incansável luta pela estadualização da Universidade Regional do Rio Grande do Norte (URRN), hoje Universidade do Estado do RN (UERN), marca a história de Sátiro Cavalcanti Dantas em defesa do ensino público para todos e consolida a marca de padre educador. Foi ele quem conduziu a luta dos mossoroenses, à frente de um grupo de notáveis, e que levou o Governo do Estado a transformar a URRN na primeira – e única - universidade pública estadual do RN.

Padre Sátiro ocupava o cargo de reitor pro-tempore da URRN, entre agosto de 1985 e julho de 1987, quando a estadualização foi alcançada, fato ocorrido em 1986, na curta gestão do governador Radir Pereira de Araújo. Não havia desejo do Estado de assumir a instituição. A pressão da elite potiguar desconhecia a importância da universidade. A resistência foi vencida pela posição destemida do padre Sátiro, na medida em que se a estadualização não fosse aprovada naquele momento, muito provavelmente a URRN deixaria de existir pela enorme dificuldade financeira que enfrentava.

A missão de educador do padre Sátiro foi exercida desde sempre, como professor do Ginásio Sagrado Coração de Maria (Colégio das Irmãs); diretor fundador da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Mossoró (1967); professor de Direito da Uern; no exercício do magistério por 43 anos.

Padre Sátiro foi membro do Grupo Fundador da Universidade Regional do Rio Grande do Norte; membro do Conselho Universitário da FURRN. Foi o padre educador que fundou e dirigiu o Ginásio Centenário de Mossoró (hoje Escola Estadual Centenário), a Escola Treze de Junho, fundada em 13 de junho de 1974, e a Universidade Infantil de Mossoró.

Padre Sátiro foi professor de Sociologia da Faculdade de Economia, no período de 1966 a 1973; professor de Filosofia da Educação do Colégio Normal do Centro Educacional Jerônimo Rosado, entre os anos de 1956 e 1974; professor de Sociologia do Instituto de Ciências Humanas, entre 1967 e 1981; professor de Sociologia da Faculdade de Educação – URRN, entre 1966 e 1983; presidente da Escola Ambulatório Cardeal Câmara, a partir de 1° de março de 1966; coordenador do seminário sobre “Agressão à Vida Humana”, promovido pela Campanha da Fraternidade de 1974; professor de História do 2° Grau do Colégio Diocesano Santa Luzia, entre 1975 e 1976; presidente da Comissão de Justiça dos JERNs 11° Nure, em 1979. Ele também lecionou a disciplina Moral e Cívica do 2° grau do Colégio Diocesano Santa Luzia, em 1985.

O padre religioso fundou e presidiu a Fundação Sócio-Educativa do Rio Grande do Norte (FUNSERN); foi presidente do Conselho Estadual de Educação do Rio Grande do Norte (1991-1993); Presidente da Associação dos Colégios Diocesanos do Nordeste (ACODINE) – 2000/2001; dirigiu o Instituto de Ciências Humanas, entre maio a julho de 1974; é membro do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte; membro da Academia de Letras de Mossoró, sendo o primeiro ocupante da cadeira 11, que tem como patrono Luís Ferreira Cunha da Mota.

FONTE JORNAL DE FATO

SÁTIRO CAVALCANTE DANTAS

 


DIOCESANO: "EU TENHO UMA HISTÓRIA DE AMOR COM ESSA ESCOLA"

Em 8 de junho de 2016, o padre Sátiro Cavalcanti Dantas anunciou a sua saída da direção geral do Colégio Diocesano Santa Luzia (CDSL) de Mossoró, depois de mais de cinco décadas à frente do tradicional “Colégio dos Padres”. Tomado pela emoção, Sátiro pediu ao bispo dom Mariano Manzana que aceitasse a sua decisão e que nomeasse o padre Charles Lamartine para o cargo.

A decisão do padre educador surpreendeu aos convidados da solenidade de posse do novo diretor pedagógico da Faculdade Diocesana, padre Américo Leite. A sua saída da direção geral do colégio, porém, não o afastou do estabelecimento de ensino. Naquele momento, Sátiro também pediu que o colégio o obrigasse, deixando-o morar no que ele considera o seu próprio lar.

Um material jornalístico produzido pela própria Diocese de Mossoró afirma que a história de vida de padre Sátiro se confunde com a história do Colégio Diocesano. Ele assumiu o cargo de diretor em 1961, nomeado pelo bispo dom Gentil Diniz Barreto para suceder a gestão do cônego Francisco Sales, do qual era o vice.

Por 55 anos, padre Sátiro dedicou a vida ao Diocesano. Por suas mãos, o “Colégio dos Padres” cresceu e se desenvolveu e gerações inteiras foram educadas sob o seu olhar. Nas comemorações dos 104 anos do colégio, em 2005, ele deu o seguinte depoimento:

FONTE – JORNAL DE FATO

SÁTIRO CAVALCANTE DANTAS


PADRE SÁTIRO, AINDA JOVEM, CHEGANDO DE MOTOCICLETA AO COLÉGIO DIOCESANO SANTA LUZIA (ARQUIVO PESSOAL
)

“Na estrada existencial do Colégio Diocesano Santa Luzia, chamado anteriormente Gynasio Sancta Luzia; Colégio dos Padres, foram ficando na história marcos significativos não só na trajetória educacional, como também, na participação das iniciativas progressistas da terra potiguar.”

Padre Sátiro também confessou: “Eu tenho uma história de amor com essa escola. O meu sacerdócio é conjugado com a minha vida educacional, e sempre frisei isso. Eu dava uma aula com a mesma seriedade com que celebrava a missa.”

E acrescentou: “O Diocesano sempre teve a missão de educar. Quando você educa, leva os conhecimentos, o conhecimento leva a formação ética, moral e da alma dos estudantes. Imbuído no propósito de educar, reconheço que sempre tive uma visão muito clara sobre o futuro e sempre trabalhei com um pé no presente e outro no futuro.”

Padre Sátiro recorda que nas salas do Colégio Diocesano, surgiram encontros e debates sobre criação de instituições e movimentos empreendedores do progresso, como exemplos, a erecção da Diocese de Mossoró, a oficialização da Faculdade de Ciências Econômicas de Mossoró, a fundação da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Mossoró.

Em seu arquivo registro de matrículas encontram-se nomes expressivos que exerceram ou exercem funções públicas ou privadas no cenário nacional, estadual e municipal, governadores, senadores, deputados, prefeitos, desembargadores, juízes, vereadores, homens de letra, jornalistas, empresários, funcionários e outros cuja presença contribuiu para vida econômica e social do Rio Grande do Norte e do Brasil.

“Tudo isso é possível, devido à soma de esforços dos seus Bispos, direção, coordenação, professores, auxiliares, alunos e a confiança das famílias que escolhem esse espaço para educação de seus filhos.

Padre Sátiro continua pároco da capela de São Vicente e diretor presidente da Fundação Sócio-Educativa do Rio Grande do Norte (FUNCERN), mantenedora do Mosteiro de Santa Clara e da emissora de rádio FM Santa Clara (105,1).

Durante o seu direcionamento nesse colégio, ele edificou várias obras, tais como: a criação da Universidade Infantil (UNIFAM); construiu o Parque Poliesportivo (Ginásio Carecão), salas de aula, salas ambientais e a capela ecumênica etc.

FONTE – JORNAL DE FATO


 


PADRE SÁTIRO COM AS IRMÃS CLARISSAS (FOTO: MOSTEIRO DE SANTA CLARA)

MOSTEIRO CONSTRUÍDO PELAS MÃOS EDIFICANTES DO PADRE SÁTIRO

Pela mãos santas e edificantes do padre Sátiro Cavalcanti Dantas, a pequena pastoral de Santa Clara, no bairro Dom Hélder Câmara (zona leste de Mossoró), se transformou em um grande santuário. Foi lá que o padre educador realizou um de seus maiores feitos em relação ao trabalho religioso: a construção do Mosteiro de Santa Clara.

Essa história começa na segunda metade da década de 90 quando a Comunidade do Mosteiro Santa Clara, de Campina Grande (PB) aprovou a fundação do Mosteiro Fraternidade São Francisco de Assis, em Mossoró.

O mosteiro foi idealizado pelo padre Sátiro, que contou com doações de seus paroquianos para construção, como também da ajuda das benfeitoras chamadas de “Filhas de Santa Clara” e de vários segmentos da sociedade, além do Governo do RN e da Prefeitura de Mossoró. A obra ficou pronta em 1998.

Quando seminarista, após concluir o curso de Filosofia, o bispo diocesano de Mossoró, dom João Batista P. Costa, mandou-o cursar Teologia em Roma. Ele ficou hospedado no Colégio Pio Brasileiro, estudando na Universidade Gregoriana. O bispo recomendara que entrasse em contato com o Mosteiro das Carmelitas. “Falou-me que procurasse uma irmãzinha do mosteiro, o que fiz realmente, sendo minha primeira experiência com a vida contemplativa, visitando-a mensalmente nos cinco anos de Roma”, recorda.
Segundo o padre Sátiro, era uma espécie de amizade espiritual, “ao ponto de ter celebrado minha segunda Missa no Carmelo. Informei-me também sobre a vida dos monges trapistas”, lembra.
Ao completar 25 anos de sacerdote, padre Sátiro evitou toda comemoração, optando por iniciar uma obra de assistência aos necessitados na periferia de Mossoró, conhecida como “Forquilha”, fazendo surgir, daí, a Fundação Sócio-Educativa do Rio Grande do Norte (FUSERN), mantenedora de várias unidades e responsável pela construção do Mosteiro Fraternidade São Francisco de Assis.

O pedido de fundação mosteiro foi formalizado pelo padre Sátiro e acolhido pela madre Cecília. No dia 8 de agosto de 1999, chegaram as irmãs fundadoras: Francis Clara, Maria Anchieta, Maria Guadalupe e Mariana Clariana (a frente do grupo).

A inauguração ocorreu em 11 de agosto de 1999, com a santa missa celebrada pelo bispo diocesano de Mossoró dom José Freire de Oliveira Neto, com participação de dom Jaime Vieira Rocha (então bispo de Caicó) e ainda de padres, religiosos da região e das irmãs externas de Caicó.

Do início da Fundação até o ano de 2005, a comunidade passou por várias mudanças, inclusive o retorno de algumas Irmãs ao Mosteiro Fundador e em Setembro de 2005.

A pedido das Irmãs, vieram algumas irmãs do Mosteiro Nossa Senhora de Guadalupe, Mãe das Américas (Caicó), colaborar em espírito de unidade e em maio de 2008 o mosteiro de Caicó assumiu a jurisdição desta fundação.

No dia 24 de outubro de 2010, foi promulgado o decreto da ereção canônica do mosteiro, durante a celebração eucarística presidida pelo nosso bispo diocesano dom Mariano Manzana e concelebrada pelos padres Sátiro, Guimarães e Augusto. O documento da Santa Sé tem data de 17 de julho de 2010 (providencialmente este dia, é tido como a data do nascimento de nossa Mãe Santa Clara).

Aos 28 de janeiro de 2011, realizou-se o primeiro Capítulo Eletivo, elegendo como primeira abadessa a madre Maria Auxiliadora do Pai Eterno, que ainda continua no governo do mosteiro, sendo reeleita com postulação em 2017 para mais um triênio.

 

Padre Sátiro celebrando missa na Comunidade de Santa /clara

FM SANTA CLARA PARA TRANSMITIR CONHECIMENTO

A primeira emissora de rádio educativa de Mossoró foi conquistada pela visão de futuro do padre Sátiro Cavalcanti Dantas. Certa vez, ele disse que via a comunicação social como ferramenta responsável por transmitir conhecimento e desencadear desenvolvimento. Pouco tempo depois, a Fundação Sócio-Educativa do Rio Grande do Norte (FUSERN), fundada e presidida por ele, colocava no ar a FM Educativa Santa Clara (FM 105,1).

Colocar no ar a primeira emissora FM de Mossoró, com perfil educativo, foi uma iniciativa audaciosa, mas que estava alicerçada por um projeto bem elaborado pelo padre educador.

A 105 FM, como é mais conhecida dos ouvintes, foi inaugurada em 18 de maio de 1988. Ela foi a primeira emissora a operar em Frequência Modulada (FM) em Mossoró.  Além de cobrir a capital do Oeste, a FM educativa alcança os municípios de Areia Branca, Tibau, Grossos, Serra do Mel, Governador, Upanema, Felipe Guerra, Apodi, Baraúna; entre outros.

O maior diferencial da FM 105 é o formato de sua programação, a emissora é também a primeira, e única, emissora local a adotar uma programação com padrão Adulto/Contemporâneo. A opção por esse formato de programação também faz parte de uma estratégia de mercado, cujo intuito é atingir um público-alvo qualitativo com maior poder de compra.

A programação bem elaborada povoada pelos grandes clássicos da MPB e música internacional, a comunicação objetiva, as notícias, são elementos que favorecem a sua retransmissão em ambientes variados, sempre agradando a todos os segmentos da sociedade e todos os que buscam no rádio uma ruptura com o paradigma do rádio convencional.

O sucesso da 105 FM, capitaneado pela sua programação, é uma realidade, atualmente pode-se afirmar que a emissora é a rádio mais ouvida pelas classes A e B adulta.

FONTE – JORNAL DE FATO

SÁTIRO CAVALCANTE DANATAS

 


PADRE SÁTIRO NO ADRO DA CAPELA DE SÃO VICENTE, EM 2013

O "NÃO" PARA A POLÍTICA PARTIDÁRIA

O trabalho religioso e em defesa da educação chamou a atenção de grupos políticos, que tentaram inserir o padre Sátiro Cavalcanti Dantas na política partidária. Nas eleições municipais de 1972, o padre educador foi tentado a ser candidato a prefeito. Era nome forte, embora ele não entendesse assim, para enfrentar uma das alas da tradicional família Rosado.

O governador Aluizio Alves, maior liderança política do Rio Grande do Norte, veio a Mossoró fazer o convite a padre Sátiro. Acompanhado de lideranças locais, Aluizio argumentou que o religioso estava pronto para administrar Mossoró e que, naquele momento, era o melhor.
Antes de Aluizio Alves concluir o discurso, padre Sátiro pediu a palavra para agradecer a lembrança, mas não aceitar o convite. “Não iria discursar em palanque com a mesma seriedade com que rezava uma missa”, justificou.

Padre Sátiro, se tivesse aceitado o convite, disputaria as eleições com Jerônimo Dix-huit Rosado Maia. Naquele ano, Dix-huit foi eleito pela primeira vez prefeito de Mossoró. Depois, Dix-huit ganharia mais duas eleições para prefeito, em 1982 e 1992.

Tempos depois, padre Sátiro, ao abordar o assunto, disse: “Não aceitei o convite porque tinha consciência que tinha poucas chances de ser eleito, mas se tivesse ousado e fosse eleito, tentaria resolver o problema da saúde de Mossoró.”

Apesar de dizer “não” ao convite feito por Aluizio Alves, o padre Sátiro não repudia a política. Pelo contrário. Ele tem raízes políticas na família: seus tios Israel Nunes (foi, por cinco vezes, deputado estadual) e Licurgo Nunes (foi prefeito de Pau dos Ferros por duas vezes).

FONTE – JRONAL DE FATO

SÁTIRO CAVALCANTI DANTAS

  Em junho de 2013, ao celebrar 57 anos de capelão da capela de São Vicente, o padre Sátiro Cavalcanti Dantas foi reconhecido por Mossoró ...